Indicadores trimestrais de gestão de ativos
O valor dos ativos sob gestão individual[1] e coletiva de carteiras em Portugal atingiu 65.080,7 milhões de euros no segundo trimestre de 2022, menos 4.047,8 milhões do que no trimestre anterior e menos 14.914,6 milhões do que no período homólogo de 2021.
- Gestão individual de ativos
O montante dos ativos sob gestão individual decresceu 6,5% face a junho, para 33.907,7 milhões de euros, e diminuiu 30,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os valores mobiliários cotados e as unidades de participação representavam 91,0% das aplicações. O segmento de ações nacionais diminuiu 3,2% face ao trimestre anterior e caiu 68,1% em relação ao segundo trimestre de 2021, para 164,9 milhões de euros. As ações em carteira emitidas por entidades não residentes ascendiam a 948,5 milhões de euros no final de junho, menos 17,2% do que em março e menos 5,2% do que no período homólogo.
As aplicações em dívida pública nacional diminuíram 5,2% em relação ao final do primeiro trimestre, para 6.192,5 milhões de euros, e os montantes aplicados em dívida pública estrangeira recuaram 6,6% face aos três meses anteriores e diminuíram 37,9% em relação ao período homólogo. As aplicações em obrigações emitidas por entidades nacionais caíram 9,6% no trimestre, para 102,2 milhões de euros, e as emitidas por entidades não residentes caíram 5,5% para 5.539,1 milhões de euros.
Portugal manteve-se como principal destino de investimento (19,1% do total), com uma queda trimestral de 5,2%, seguido de Alemanha, que cresceu 4,2% no trimestre, e de Espanha, que decresceu 8,6%.
A Caixa Gestão de Ativos liderava este segmento de mercado no trimestre, com uma quota de 25,1%, correspondente a 8.513,9 milhões de euros de ativos sob gestão, seguida da Santander Asset Management (15,7%) com 5.325,7 milhões, e do Banco Comercial Português (14,7%) com 4.977,0 milhões.
- Gestão coletiva de carteiras
O valor gerido pelos organismos de investimento coletivo em valores mobiliários (OICVM), fundos de investimento alternativo mobiliário (FIA), fundos de investimento imobiliário (FII), fundos especiais de investimento imobiliário (FEII), fundos de gestão do património imobiliário (FUNGEPI) e fundos de titularização de créditos (FTC) totalizou 31.173,0 milhões de euros no segundo trimestre (menos 5,1% do que nos três meses anteriores e menos 0,8% do que no período homólogo).
O investimento em ativos mobiliários, que engloba os OICVM e os FIA, totalizou 17.309,7 milhões de euros no final de junho, o que representa uma descida de 7,4% face a março e de subida 0,6% em relação ao período homólogo.
O valor das carteiras dos OICVM decresceu 7,5% face aos três meses anteriores, para 16.993,6 milhões de euros. Já os FIA diminuíram 1,9% para 316,1 milhões de euros.
Nos OICVM, o valor sob gestão dos fundos de ações recuou 4,3%, o dos fundos de obrigações 6,0% e o dos fundos poupança reforma (FPR) 9,3%. Estas categorias de fundos estão entre as que mais pesam no valor global das carteiras. O valor dos fundos do mercado monetário teve um crescimento trimestral de 1,5% e o valor sob gestão dos fundos flexíveis caiu 6,3%.
Os principais destinos de investimento em valores mobiliários no exterior foram a Alemanha (captando 21,8% do total aplicado), os Estados Unidos (17,8%) e a França (10,2%). Portugal captou 4,9%, tendo 30,8% do valor das aplicações sido efetuado em ações, 16,8% em dívida pública e 42,0% em dívida privada.
A Caixa Gestão de Ativos foi a entidade gestora com a maior quota de mercado neste segmento (35,7%), seguida da IM Gestão de Ativos (21,3%) e da BPI Gestão de Ativos (17,1%).
No investimento em ativos imobiliários, efetuado através de FII e FEII, o valor sob gestão foi de 10.483,4 milhões de euros, recuando 1,7% face ao trimestre anterior. Nos fundos de gestão de património imobiliário (FUNGEPI) o montante sob gestão decresceu 4,9% face a março, para 312,7 milhões de euros.
A Square Asset Management apresentava a quota de mercado mais elevada no trimestre (12,1%), seguida da Interfundos (10,7%) e da Caixa Gestão de Ativos (8,5%).
Os fundos de titularização de créditos (FTC) geriam 3.067,2 milhões de euros no final de junho, menos 3,2% do que no trimestre anterior e menos 11,0% do que no período homólogo. Os créditos hipotecários, com um peso de 99,2% no total de investimentos, continuavam a ser o principal ativo em carteira, tendo descido 2,9% face ao trimestre anterior e 11,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, para 3.044,0 milhões de euros.
- Comercialização de OICVM estrangeiros
O valor sob gestão de OICVM estrangeiros comercializados por entidades registadas na CMVM foi de 6.452,4 milhões de euros no segundo trimestre, menos 10,2% do que nos três meses anteriores e mais 0,4% do que no período homólogo.
O Abanca – Sucursal em Portugal tinha a quota de mercado mais elevada (18,8%), seguido do Banco Comercial Português (13,7%) e do Banco BPI (12,6%).
[1] A gestão individual de ativos é o conjunto de valores que pertencem a um titular considerado individualmente. Também é designada como gestão de patrimónios ou gestão de carteiras por conta de outrem.