Existem cinco categorias principais de fundos de investimento
mobiliário: fundos de tesouraria, fundos de obrigações, fundos de
acções, fundos mistos e fundos de fundos. No âmbito de cada categoria, a
política de investimentos pode assumir diversas orientações,
designadamente, privilegiando o investimento em determinado mercado ou
segmentos de mercados, em instrumentos de taxa fixa ou indexada, em
activos expressos em escudos ou noutra moeda específica, etc.
- Os fundos de tesouraria
são os que possuem menor risco em comparação com os outros tipos de
fundos. A legislação vigente obriga-os a realizar os seus investimentos
em activos que se caracterizam por uma elevada liquidez (isto é, activos
facilmente transaccionáveis, sem significativos desvios em relação ao
preço de avaliação), designadamente em instrumentos de curto prazo
(Bilhetes do Tesouro, Papel Comercial e Obrigações com prazo de
vencimento inferior a um ano) que por norma assumem um nível de risco
inferior ao de outros activos. Estes fundos não podem investir em
acções, títulos de participação e outros activos com características
semelhantes.
- Os fundos de obrigações
possuem um risco acrescido relativamente aos fundos de tesouraria, mas
tendem a proporcionar um maior rendimento. Como existe uma grande
variedade de obrigações, os fundos que integram esta categoria podem
variar significativamente em termos de risco e de rendimento, consoante a
política de investimentos respectiva.
A maioria dos fundos de obrigações possui um risco de crédito.
Este risco contempla a possibilidade de as empresas emitentes, das
quais o fundo possui obrigações, poderem vir a não satisfazer as suas
dívidas. Alguns fundos possuem um risco de crédito muito pequeno,
nomeadamente os fundos que investem maioritariamente em obrigações do
Estado Português ou de outros Estados membros da União Europeia.
É importante notar que quase todos os fundos de obrigações de taxa de juro fixa possuem um risco de taxa de juro,
o que significa que, se as taxas de juro aumentarem, o valor de mercado
das obrigações detidas pelo fundo tenderá a baixar, havendo, assim, a
possibilidade de se perder dinheiro ao investir neste tipo de fundos,
mesmo naqueles que só possuem obrigações do Estado.
Os fundos de acções
são os que possuem maior risco de investimento mas que, em
contrapartida, podem oferecer um maior rendimento. No curto prazo, os
fundos de acções podem sofrer rápidas variações de preço, mas em termos
de longo prazo, podem representar uma melhor opção de investimento.
Nem
todos os fundos de acções são iguais. Por exemplo, existem fundos que
tendem a investir em acções que, não dando origem a um rendimento
regular (dividendos), têm o potencial de gerar significativas
mais-valias no futuro.
Os fundos mistos são
aqueles que conjugam as características dos fundos de obrigações e dos
fundos de acções, mediante o investimento ponderado em obrigações e
acções, variando o risco e o rendimento associados, em função da maior
ou menor afectação do património do fundo a cada um destes activos.
- Os fundos de fundos
são aqueles que investem os seus capitais exclusivamente noutros fundos
de investimento. Existem duas modalidades de fundos de fundos, a saber:
- os que investem em fundos de investimento administrados por diversas entidades gestoras;
- os
que investem apenas em fundos de investimento administrados pela
própria entidade gestora, caso em que devem constar do regulamento de
gestão os fundos em que pode ser efectuado o investimento.
Podem ainda ser constituídos agrupamentos de fundos,
ou seja, conjuntos de fundos de investimento de características
diferentes, administrados pela mesma entidade gestora. Os agrupamentos
de fundos têm um regulamento único no qual deverão ser estabelecidas
condições especiais para o resgate e subscrição simultânea das unidades
de participação dos fundos que integrem o agrupamento.
Os fundos
de investimento mobiliário nacionais já referidos podem investir, com
menor ou maior peso, em valores mobiliários estrangeiros; neste último
caso estão os chamados fundos internacionais que são especializados em aplicações nesses valores. Nesta espécie de investimento existe um risco de câmbio,
podendo o valor da unidade de participação variar em função das
oscilações nas cotações das divisas em que o fundo aplica os seus
activos. Todavia, as entidades gestoras podem recorrer a técnicas e
instrumentos destinados à cobertura de riscos de câmbio.